sábado, 27 de setembro de 2008

O dia de folga


Jornalista é uma criatura bizarra mesmo! Um sábado chuvoso e de folga é tudo que um trabalhador precisa para ficar até tarde na cama, curtindo a preguiça ou simplesmente dormindo o sono dos justos. Pois exatamente hoje, um sábado chuvoso e de folga, acordei cedo. Não tenho nada para fazer mais. A casa está arrumada, todo o serviço doméstico em dia...
O jeito para não morrer de tédio é ler um bom livro, enquanto descanso a carcaça na horizontal, mas para isso, meu quarto deve ser desocupado. Nele estão o marido, uma filha e o gato. Cada qual mais desmaiado que o outro, curtindo o que eu deveria também estar fazendo.
Eu e o Viola, esse aí da foto, somos os únicos arcodados. Estamos trocando favores. Ele me faz companhia e eu arrumo o ninho dele, coloco comida e água. Acabado o serviço, Viola me abandona, pois vai comer e depois dormir e eu, que também o abandono, vou pegar um livro e aproveitar esse dia de folga, que pelo jeito será longo.

domingo, 21 de setembro de 2008

Do Léo ao Nenê...


Quando tinha 5 anos, ouvi um barulho no portão de casa e fui ver o que era. Um filhote de gato estava na boca de um cachorro enorme. Gritei meu pai e ele veio em socorro ao gatinho. Fiquei com ele. Léo foi o primeiro amor da minha vida. Todo dia, durante os 13 anos em que viveu, me esperou chegar em casa no alpendre de nossa casa. Parecia rir ao me ver. Era carinhoso e por anos, foi quem me fez companhia durante o dia.
Há três anos e muitos gatos depois, chegou o Nenê em casa. Ganhei de uma veterinária, depois que meu outro gato foi atropelado. Antes desse, o Chanin, um angorá preto, havia morrido de câncer no intestino. Nenê veio para alegrar meus dias e perturbar minhas noites. Rs...
Ele é capaz de pular em mim às 4 da madrugada só porque quer brincar de bolinha. Ele me tortura, mas amo a companhia dele. A Carla o chama de "gato doido", mas ele não é. Meu Nenê é lindo. Talvez a doida seja eu.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sonhos

Corpo suado,
Nada de ginástica.
Risadas sem motivo,
sem piada.
Vida que segue sem rumos.
Paixão sem culpa,
sem donos,
sem barreiras,
sem pudores.
Sonhos alucinógenos,
droga de realidade.
Gordura nas veias,
Coração se entupindo
de tanta estupidez.
Música suave,
de um rock sem compasso
Pintura em preto e branco
De uma vida que não levo.
Amizade inexistente
Entre meus eus.
Brigas constantes
De egos entre o que sou e
o que gostaria de ter sido.
Morte, prêmio impossível
De alguém que é preso a vida,
não por opção, mas pela falta dela.
Salvação?
O suor escorrendo novamente.
(Rosana Melo)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Carteirada maldita!

Pela primeira vez na vida tive de dar uma "carteirada" e fiquei indignada. Depois de quatro meses de seca, choveu. Aliviou geral. Não achei que aquela chuva maravilhosa fosse transformar nossa noite. Cheguei em casa à noite, depois de um dia cansativo no jornal e simplesmente não tinha energia. Ligamos na companhia de energia repetidas vezes e nada! Ninguém atendia!
Quando conseguimos, nada também! Não apareceu ninguém para restabelecer o fornecimento de energia. Mera necessidade de consumidor? Não! Meu pai, que está prestes a completar 80 anos, é renal crônico e durante todas as noites tem de ficar ligado a uma máquina de diálise peritoneal. Ela é ligada na energia elétrica.
Nenhum dos contatos com a companhia elétrica deu resultado. Ninguém dormiu direito. Principalmente meu pai. Quando cheguei ao jornal, à tarde, muito por acaso, o assessor de imprensa da companhia de energia me ligou para falar de uma matéria e acabei contando meu caso.
No final da tarde, minha irmã me liga e pede que eu agradeça ao diretor da companhia, que ligou em pessoa para a casa do meu pai. A energia havia sido restabelecida. Agradeço profundamente a atenção do diretor, mas ao mesmo tempo, fico indignada com o fato de ter sido atendida apenas depois de dar a tal carteirada maldita. Jornalista pode! Consumidor Cidadão, não! Uma vergonha! Assim funciona o Brasil...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A pedra

A Pedra

O distraído nela tropeçou.
O bruto a usou como projétil.
O empreendedor, usando-a construiu.
O camponês, cansado da lida, dela fez assento.
Para meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou.
Já Davi matou Golias,
e Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura.

Em todos esses casos, a diferença
não esteve na pedra, mas no homem!
Não existe "pedra" no seu caminho que você não
possa aproveitá-la para seu próprio crescimento.
Cada instante que passa é uma gota de vida
que nunca mais torna a cair,
aproveite cada gota para evoluir...

(Não conheço a autoria. Recebi a mensagem por e-mail de um amigo)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Rotina

Cresci vendo meus pais trabalhando duro para nos dar o necessário para uma vida digna. Minha irmã e eu nunca passamos por dificuldades graças ao esforço dos dois. Eram pais que, mesmo trabalhando o dia todo, eram muito presentes em nossas vidas e sonhavam em nos dar tudo o que eles não puderam ter. A diferença grande de idade entre minha irmã e eu fez com que ela fosse uma adolescente solitária. O mesmo aconteceu comigo depois. Nos tornamos amigas quando adultas.
Sempre tive dificuldade em fazer amizades e de conhecer coisas novas. Minha infância e adolescência foi toda dedicada à família e aos estudos. Conheci gente nova apenas na faculdade, mas logo veio o casamento, filhos e o divórcio. Passei a estudar, trabalhar e a cuidar das minhas filhas. Fiquei ainda mais reclusa. Casei novamente e a dificuldade em fazer amizades aumentava a cada minuto.
Aos poucos, com as filhas já crescidas, que notei que a família se afasta da gente, que a coragem de se aventurar pela vida passa e nos tornamos mais caseiros. No meu caso, que sempre estive enclausurada, isso significou alívio e desespero. Tudo em minha vida valeu a pena, mas será que tinha mais alguma coisa a ser feita? Nunca vou saber.
Os poucos amigos que fiz, já depois de adulta, conquistei por causa do meu trabalho. As conheci trabalhando, convivendo com elas e aprendendo a lidar com essas descobertas. Mais que isso, gostando do que descobri. Só gostaria que meus amigos entendessem que nem sempre estou disposta a sair e que geralmente não consigo travar diálogos intensos com pessoas que acabei de conhecer. Outra coisa: antes de quebrarem minha rotina, estejam certos de que podem aturar meu péssimo humor. A rotina me acalma e me conforta.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Que dó do Dodô!

Li em um site de esportes que o atacante Dodô foi suspenso do futebol por dois anos, devido a um problema com doping, quando ainda era jogador do Botafogo. A decisão foi da Corte Arbitral do Esporte, na Suiça. Não tem jeito. Tô com dó do Dodô, excelente jogador. Pelo jeito, também vaidoso. O remédio que ele tomou eu já tomei para emagrecer. Resolveu enquanto tomei. Depois... Bom isso é outra conversa.
Se Dodô passou pelo mesmo tratamento para emagrecer que eu, sofreu de ansiedade, insônia, sudorese e outros tipos de sofrimento. A gente emagrece mesmo. Vira palito, mas a saúde vai embora com os quilos. Que nestes dois anos ele controle seu peso com dieta e exercícios e pense bastante antes de tomar "seca-ratos" novamente. No caso dele, um atleta, ser gordo é fim de carreira na certa. Felizmente, não sou atleta. Estou gorda, mas um dia me animo a mudar de vida...e de forma.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Muitas igrejas e pouca fé

Fico impressionada com o número de igrejas que surgem a cada dia em nossa cidade e em todas as cidades do mundo. Algumas mais rígidas, mas a maioria que prega apenas a compra de lotes em terrenos celestiais mediante o pagamento de ofertas e do dízimo. Pastores de hoje não frequentam seminários, não aprendem aramaico, latim, grego, e outras línguas que os ajudem a entender melhor as diversas traduções dos textos sagrados. Não se interessam pela história das terras citadas na Bíblia e não sabem explicar a evolução desses povos. Não sabem sequer provar, através de textos bíblicos, a existência de Deus.
Preocupados com a arrecadação, com o crescimento econômico e com a venda de lotes no céu e outras coisas absurdas, os pastores participam de cursos de como falar em público, de marketing e de vendas. Parece absurdo que uma sociedade que tenha a seu dispor tantas casas que se denominam de Casa de Deus, não ensinem o amor, o perdão, a misericórdia, a igualdade entre as pessoas e a solidariedade.
Ao contrário, estimulam a concorrência e a violência. "Eu vou pro céu e você pro inferno!", praguejam alguns fiéis. Banem pessoas por seus defeitos - e todos temos. Julgam ser os únicos filhos de Deus na superfície terrestre. Ignorantes. Não conhecem Deus. Muito menos os ensinamentos de Cristo. São igrejas demais para pouca fé.

sábado, 6 de setembro de 2008

Fascínio e Decepção

As pessoas devem pensar que lidar com a cobertura policial diariamente seja uma missão árdua e insuportável. Faço isso há 15 anos e digo que não é. Por mais cansativa que seja, é como qualquer outra cobertura jornalística. A diferença é que na área policial, o repórter convive com fatos envolvendo violência e criminalidade mais de perto e às vezes, a gente fica saturado.
Não dá para ver com naturalidade alguns casos, principalmente os assassinatos. São eles que mais me fascinam, pois ocorrem diante do imprevisível, do impensado. Quem poderia imaginar que um rapaz de classe média, fluente em três idiomas, que já conheceu vários países, poderia matar e esquartejar uma adolescente? Ninguém imaginaria tal fato. Apesar disso, aconteceu.
Há anos, acompanhei as investigações de alguns casos que chamaram a atenção da sociedade. O assassinato do casal Ximenes e o latrocínio que teve como vítimas Isaura e Andrielly, avó e neta, na periferia de Aparecida de Goiânia.
A primeira impressão é a de horror diante da cena do crime. Depois, a de indignação por causa da violência sofrida pelas vítimas. De revolta absoluta ao saber o motivo dos crimes e por último, de admiração. Como a polícia descobre quem fez aquilo e por qual motivo? Acompanhar investigações de crimes de morte sempre me fascinou. Os instrumentos legais usados pelas polícias estão cada vez mais modernos e eficientes. A polícia está melhor treinada e mais experiente. Uns mais comprometidos que outros, mas isso tem em qualquer repartição ou redação de jornal. O certo é que, mesmo amargando mais de 300 assassinatos este ano em Goiânia, a polícia tem condições de investigar e prender os responsáveis.
Infelizmente, sei que não há como parar com tantas mortes. O Estado não se preocupa com isso. Não investe em políticas de segurança pública, o que acaba estimulando crimes como o tráfico de drogas. Sem segurança pública, o cidadão se arma e acaba armando os bandidos. É um círculo vicioso. Sem fim, a não ser para as pessoas vitimadas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Resposta

(Maysa)

Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar como foi
E como ela veio
Eu só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Um bom filme, família, jornalismo e gatos

A vida não precisa ser complicada. Coisas simples me deixam feliz. Um bom filme, estar junto com minha família, na qual incluo os poucos amigos, a prática diária do jornalismo e meu gato. Pode parecer simples demais, sem graça, mas a vida que levo é a que me deixa feliz. Vez ou outra me aventuro a coisas diferentes. Gosto da rotina e fico incomodada com as mudanças. Elas me deixam aflita.
O dia perfeito começa depois de uma boa noite de sono. Todos saem de casa, cada qual para seu destino. Eu fico com meu gato. Pela manhã ele gosta de brincar. Bom vira-latas que é, pula, corre atrás de mim e brinca de mata-coelho. Acho graça. Ouvimos boa música enquanto faço o que preciso. Almoço e me arrumo para ir trabalhar.
Depois de alguns minutos em algum congestionamento, geralmente de bom humor e ouvindo boa música, chego no jornal e recebo minhas pautas. Vou ao encontro de minhas fontes, a maioria amiga depois de 20 anos de convivência. No final da tarde, de volta ao jornal, é hora de confraternização. Cada repórter comenta sua pauta enquanto escreve.
Já de noite chego em casa para encontrar com a família, discutir e resolver problemas, contar sobre o trabalho, fazer planos enquanto jantamos. Escolhemos um bom filme, em fita, dvd ou na tv a cabo e mandamos bronca. Depois do filme, um banho relaxante e cama porque amanhã tudo começa novamente.