sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Coisas que preciso dizer sobre 2011

2011 não foi o melhor ano de minha vida, mas acabou de forma surpreendente.Fui demitida da TBC no último dia de 2010, portanto, o ano começou apertado, cheio de incertezas e frestrações. Logo nos primeiros dias de janeiro escrevi matéria sobre o sofrimento de famílias de pessos desaparecidas depois de abordagens policiais. Muito triste cada uma das histórias e logo que a primeira matéria saiu, começaram as ameaças às famílias e a mim. Antes do fim de janeiro, outra matéria, sobre aação dos grupos de extermínio em Goiás é publicada. Foi uma série de ameaças pessoais e profissionais.
Resultado disso tudo foi uma ré na minha vida. Sofri um avc e perdi um pouco da minha memória. Hoje, quase um ano depois, estou melhor. Ainda assim, muito se perdeu e isso dói muito. Foram muitos remédios, exames, acompanhamento de vários médicos - nem todos pagos pelo plano de saúde. Os meses seguintes foram deprimentes e de muita privação. Minhas filhas sofreram e eu mais ainda.
Não consigo me lembrar de muita coisa desse ano que não fosse de tristeza e múltiplas humilhações. Pessoas muito próximas criticaram minha forma de viver, o fato de ter engordado - sempre frisando o quanto gordos são ridículos - e mais ainda,do quanto eu tinha de reagir. Falsidade pura! Senti isso a cada minuto, principalmente quando tudo começou a dar certo.
Reorganizei as finanças, reorganizo minha vida a cada momento. No final, ainda fui abençoada com o fato de ter ganho os prêmios Embratel, MPGO e OABGO. Ainda fui finalista com duas matérias no Prêmio Esso.
Apesar do grande reconhecimento profissional, valeu a grana também para me tirar da amargura financeira. No último prêmio, o da OABGO, o prêmio foi um iPad 2. A certeza, antes da entrega, era a de que se eu ganhasse, faria uma rifa do equipamento de última geraação. Acabei ganhando, mas a família pediu que não me desfizesse do iPad. Disseram que nunca tive luxos e que eu merecia. Concordei. Esse é o primeiro texto que escrevi com ele. Mas nada me deixaria mais feliz do que ter um 2012 sem violência e que o sofrimento dessas famílias seja amenizado com o encontro dos corpos de seus filhos e punição dos culpados. Ficaria plenamente feliz se minhas filhas também se voltassem às coisas realmente importantes dessa vida. Desejo a todos momentos plenos de felicidade e de realizações neste novo ano. Sou o exemplo de que nada pode nos derrubar quando Deus está presente em todos os segundos de sua vida.